domingo, 10 de agosto de 2008

(FORMATURA DE PEDAGOGIA - 1994 UESC- ITABUNA)


As primeiras experiências de formação e as lacunas observadas no currículo dos cursos.



Formada no magistério, comecei a lecionar numa pequena escola particular em Jequié, onde igualmente o foco do trabalho docente era a transmissão do conhecimento e a busca de estratégias de trabalho que pudessem garantir a aquisição dos conteúdos pelos educandos. Desmotivada e inquieta com esses pressupostos educacionais pautados numa concepção “bancária” de educação, fui cursar em Itabuna a licenciatura em Pedagogia, desejosa de encontrar um maior aprofundamento teórico e novas referências para a minha prática pedagógica.
Retorno a Jequié e passo a lecionar no Instituto de Educação Régis Pacheco e, posteriormente, na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, onde me deparo com dois grandes enfoques na formação dos professores: um mais teórico, dando ênfase aos fundamentos da educação, e outro mais voltado às discussões acerca das questões didáticas pedagógicas. Como professora de estágio, vivencio a dicotomia desses enfoques, literalmente “na pele”, haja vista que as alunas, diante da complexidade da sala de aula, não conseguiam articular as discussões teóricas travadas ao longo do curso, com a emergência das questões que afloravam na sala de aula.Passo então a perceber que as disciplinas teóricas, por estarem longe do ambiente de trabalho do professor, contribuem muito pouco para as reflexões sobre a prática pedagógica, assim como as disciplinas com um enfoque mais metodológico, quando trabalhadas de forma desarticulada da prática docente e também das discussões teóricas, pouco podem contribuir com a formação do futuro profissional. A questão é que, quando emergem os dilemas da sala de aula, os referencias teóricos se mostram insuficientes diante da complexidade da prática, necessitando-se de novos conhecimentos. Como o processo formativo era totalmente dicotomizado, o diálogo acontecia de forma precária, pois a teoria e a prática ocupavam lugares diferentes.Simultaneamente a essas experiências no ensino presencial, e em sintonia com as reformas educativas da década de 90, tais como: elaboração do currículo básico nacional, avaliação nacional das escolas, incentivo à formação de professores e a educação a distância, é que passo a integrar, como docente, um programa de formação de professores a distância do Ministério de Educação e Cultura (MEC), o Programa de Formação de Professores em Exercício (PROFORMAÇÃO), um curso de nível médio à distância, de modalidade normal, dirigido aos professores que, sem formação específica, encontram-se lecionando nas quatro primeiras séries do ensino fundamental e nas classes de alfabetização das redes públicas das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

2 comentários:

Kátia Andrade disse...

Oi Socorro,
Tantos caminhos percorridos heim... Muitas pedras foram retiradas, muitos obstáculos foram vencidos para que chegasse ao sucesso. Que bom partilhar da tua alegria, do teu sucesso, das tuas conquistas...

Socorro Cabral - socorroleti@hotmail.com disse...

Olá Socorro,
Que bom você compartilhar conosco sua história de vida e suas inquietações,nos faz parar e refletir a nossa prática.