quinta-feira, 2 de abril de 2009

Alunos de Pedagogia em Pesquisa na Escola Professor Brito








Dotados de dispositivos de pesquisa construídos coletivamente em sala de aula, os alunos do 8º semestre de Pedagogia da UESB, começaram dia 30/03/2009, sua pesquisa na escola campo de estágio. Uma das primeiras atividades definidas pelo grupo, foi a observação do contexto.



Questões interessantes que os alunos estão observando no portão da escola:
Quais as marcas da sociedade atual estão na entrada?
Quais as marcas da história?
Quem controla o portão e de que maneira?
Como são os traseuntes que por aí trafegam?
Quem passa, o que passa e deixa qu por aí trafegam?
Quem passa, o que passa e deixa de passar pelo portão da escola?
Para Lima (2002, p. 28-30):
[...] o portão da escola representa para o estagiário uma oportunidade de reflexão. Deixar-se ficar no portão da escola é uma experiência de compreensão do que ocorre lá dentro. O panorama que se descortina, visto a partir do espaço escolar, pode trazer, à tona alguns aspectos que talvez nunca tenhamos observado antes: a vida da comunidade, a movimentação na frente da escola, costumes, preferências e regionalidade.



Comentem sobre as observações de vocês.

Pesquisa no Estágio... Como e Para Que?






A questão da formação de professores pesquisadores, é uma idéia que vem sendo debatida e defendida por inúmeros educadores, em diferentes áreas do conhecimento. Nos diferentes seminários, grupos de pesquisa e em textos legais, essa é uma questão sempre atual. Acredito que a função didática da pesquisa na formação de professores, pauta-se na importância de desenvolvermos sujeitos com autonomia, contrapondo-se a uma formação meramente tecnicista, que espera soluções vindas de alguma divindade. É só através da pesquisa, que poderemos vivenciar a reflexão crítica sobre a prática pedagógica, buscando soluções que não estão prescritas por especialistas. Assim, na formação inicial, precisamos instrumentalizar nossos alunos a exepienciar essa perspectiva, pois é quando vão sendo construídas de forma mais sistematizadas as imagens sobre a profissão. Na disciplina de prática de ensino, essa discussão é fundamental, pois a construção da etnografia da escola campo de estágio é um dos objetivos primeiros que precisa ser resgatado.

Uma metodologia que vem dando bons resultados...

Partindo da perspectiva de que o educando aprende quando ele se envolve no processo de produção do conhecimento, e na interação com o outro, começo o trabalho construindo mapas conceituais, onde os mesmos compartilham suas expectativas e interesses em relação a pesquisa de observação. Logo após, em pequenos grupos, os educandos confrontam esses mapas e começam a cruzar as inquietações comuns. Como mediadora do processo, listo todas essas inquitações e problemas de pesquisa, e na mediação com os mesmos, vou criando noções subsunçoras e posteriormente categorias maiores. De posse dessas categorias, construimos coletivamente nossos objetivos de pesquisa e logo em seguida os dispositivos. Todo esse movimento se dá de forma colaborativa e é compartilhado com os colegas, que podem sugerir e intervir na construção do outro. Nesse sentido, é de suma importância o exercício do diálogo e a partilha de experiências. De acordo com André (2006), faz parte do desenvolvimento social do indivíduo aprender a conviver e a trabalahr com o outro; aprender a ouvir e a se fazer ouvir, expressar idéias e opiniões próprias e acolher pensamentos e opiniões divergentes". É claro que todas essas habilidades, só podem ser exercitadas, se proporcionarmos espaços concretos de construção.


terça-feira, 31 de março de 2009

Quem vai ensinar o que aos alunos do século XXI?

Por Caio Barreto Briso, Kleyson Barbosa, Luís Guilherme Barrucho e Sofia KrauseUma sala de aula com carteiras enfileiradas diante de um quadro negro. Os alunos, calados, prestam atenção no professor. Memorize esta cena: ela está com os dias contados. A entrada das novas tecnologias digitais na sala de aula criou um paradigma na educação: como tais ferramentas, que os alunos, não raro, já dominam, podem ser aproveitadas por professores que, frequentemente, mal as conhecem? As escolas têm, pela frente, um desafio e uma oportunidade. O desafio: formular um projeto pedagógico que contemple as inovações tecnológicas e promova a interatividade dos alunos. A oportunidade: deixar para trás um modelo de ensino que se tornou obsoleto no século XXI.O novo aluno é o responsável por esta mudança. Por ter nascido em um mundo transformado pelas novas tecnologias, ele exige um professor e uma escola que dialoguem com ele, e não apenas depositem informações em sua cabeça. E mais: ele quer ser surpreendido. Tarefa difícil, pois o jovem estudante de hoje encontrou, na internet, uma fonte de informações nunca antes existente. Livros, almanaques e enciclopédias eram as principais ferramentas de pesquisa até o início da década de 90, quando os computadores começaram a chegar às residências do país. Agora, com um clique, ele pode acessar todas as enciclopédias do mundo. O que muda com isso é, em primeiro lugar, o papel do professor."É um momento difícil para o educador, pois o modelo de ensino que ele aprendeu era baseado no poder que ele representava na sala de aula, típico de uma sociedade mais passiva que a de hoje", diz Andrea Ramal, doutora em Educação pela PUC-Rio e diretora executiva da Instructional Design Projetos Educacionais. Mas o novo aluno, segunda Andrea, é diferente: "Ele quer participar, quer fazer suas próprias escolhas. Os professores têm que se reinventar". Para ela, o professor não pode mais ser uma figura autoritária: ele precisa ser capaz de aprender com os educandos e de admitir que não tem todas as respostas.As palavras de Andrea encontram eco fora do Brasil. O americano Marc Prensky, um dos principais consultores educacionais dos Estados Unidos e designer de jogos educativos, afirma ser necessária uma nova relação entre professor e aluno, baseada em uma parceria: "O estudante faz aquilo que tem de melhor (como buscar informações e usar as tecnologias para criar algo novo), e o professor, por sua vez, também faz o seu melhor, que é orientar reflexões, avaliar o comprometimento dos alunos e criar um contexto favorável". Por "contexto favorável" entenda-se uma nova pedagogia: algo como deixar que os alunos aprendam por seus próprios caminhos, mas com a orientação do professor.Se o papel do educador está em transformação, as escolas também vivem um período de transição. Elas precisam se adequar não só ao novo aluno, mas também à nova formação de seu corpo docente. "A internet tornou o aluno mais livre. Ele pode aprender em qualquer lugar, a qualquer hora. A escola já sabe disso, mas ainda é muito tradicional, pois resiste à mudança inevitável", acredita o espanhol José Manuel Moran, professor da Escola de Comunicação e Artes da USP. Mas para mudar não basta trocar o quadro negro pela lousa digital: é preciso ir além e inovar na forma de ensino, pois, como acredita Moran, a internet e as novas tecnologias são um ponto de partida. Nunca de chegada.