Nada de matar monstros saídos de outro planeta, roubar carros no meio
da rua ou pilotar naves espaciais no espaço sideral. A Bahia começa a
produzir seus primeiros games e os próximos lançamentos destacam-se
por abordar a história do próprio Estado. São as primeiras iniciativas
de se inserir em uma indústria que faturou R$ 87,5 milhões em todo o
Brasil só no ano passado – em escala mundial, movimenta cifras de US$
30 bilhões. A produção baiana ainda está concentrada nas
universidades, mas já surgem as primeiras empresas criadoras de games.
Um exemplo da prata da casa é Búzios – Ecos da Liberdade, em
desenvolvimento por um grupo de 17 pesquisadores da Uneb. O
protagonista do jogo é Francisco, um baiano que foi estudar direito em
Portugal, no final do século XVIII, e volta para Salvador com o
objetivo de articular, com outros intelectuais, a conhecida Revolta
dos Alfaiates. Francisco é um personagem ficcional, mas o enredo
inclui figuras históricas como Cipriano Barata e Manoel Faustino.
“Nosso primeiro jogo foi o Tríade, feito em 2006 e ambientado na
Revolução Francesa. Na equipe de criação, contamos com roteiristas,
designers, músicos, historiadores e, obviamente, programadores” ,
explica Alexandre Santos, gerente de projetos do grupo Comunidades
Virtuais, da Uneb. O Tríade está disponível gratuitamente no site
http://www.comunida desvirtuais. pro.br/triade
Nacional - Levantamento da Abragames (Associação Brasileira das
Desenvolvedoras de Jogos Eletrônicos) de julho de 2008 contabilizou 42
empresas do ramo que empregam 560 profissionais (cujo salário médio é
de R$ 2,2 mil). A produção nacional se divide entre hardware
(aparelhos de videogame) e softwares (games, dos quais 43% são para
exportação).
Na Bahia, os jogos começaram a ser criados há cerca de cinco anos por
pesquisadores ligados a universidades. Surgiram algumas empresas com
foco geral em tecnologia, mas que também produzem games.
Junto com o grupo da Uneb, há o Indigente, da Ufba, ambos pioneiros na
Bahia. O Indigente está criando também um game histórico, o Kirimurê,
que retrata a Bahia na época do descobrimento. Ambos receberam
recursos da Fapesb (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia),
que destinará os jogos voltados à educação na rede pública. Há ainda
um grupo do Senai, em parceria com o Instituto Federal da Bahia
(IF-BA), criando um pacote de jogos para a TV digital. Além deles, há
a Virtualize, voltada para o mercado publicitário, que cria jogos
promocionais para empresas, e o Instituto Recôncavo de Tecnologia, com
o foco em inovação tecnológica, que tem desenvolvido games educativos.
A exceção é a Gamenyx, empresa formada neste ano com o foco exclusivo
em games, que lançou na semana passada o seu primeiro jogo, o Immortal
Lords.
http://www.atarde.com.br/economia/noticia.jsf?id=1247376
Não deixem de navegar no jogo.
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